7.2.1 Estações Meteorológicas
A rede de estações meteorológicas
para atendimento do projeto será disposta ao
longo de 5 transectors, conforme mostrado na Figura
4, de modo a monitorar todos os sistemas de brisa ao
longo do litoral paulista.
O extremo superior de cada um desses transectos estará
posicionado no planalto; o outro extremo se estenderá
ao longo do litoral, o qual será complementado
por observações no alto da serra, de forma
a permitir a detecção da circulação
da brisa marítima. Esta circulação
tem um importante papel na formação e
intensificação da convecção
na região do Planalto Paulista e na Serra do
Mar.
Os transectors observacionais serão compostos
pelos seguintes eixos:
a) Iguape, Boa Vista e Registro;
b) Santos, Paranapiacaba e São
Paulo (IAG);
c) Caraguatatuba, Paraibuna e São
José dos Campos;
d) Ubatuba, São Luiz do Paraitinga
e Taubaté;
e) Proximidades de Parati (no Estado
de São Paulo), Cunha e Guaratinguetá.
Considerando que o INPE/CPTEC já possui estações
meteorológicas em alguns pontos desses transectos
(Iguape, Caraguatatuba, Paraibuna, Guaratinguetá,
São José do Barreiro, Cachoeira Paulista,
Cunha, Queluz, Silveiras), está sendo solicita
a aquisição de mais 10 Estações
para permitir a cobertura necessária à
demanda do projeto.
7.2.2
Estações Hidrológicas
Por outro lado, o DAEE/SP e a ANA operam as seguintes
Estações hidrológicas: Balsa do
Cerro Azul, Barra do Batatal, Barra do Turvo, El Dorado,
Iporanga, Juquiá, Miracatu, Registro, Ribeira,
Sete Barras, Votupoca. Este conjunto de Estações
hidrológicas tem por objetivo monitorar as enchentes
que periodicamente afetam o Vale do Ribeira.
Neste projeto estamos propondo a ampliação
da rede de Estações hidrológicas
no Litoral Norte do Estado, que portanto será
complementar à rede existente. Neste caso, serão
monitorados cursos d´água das seguintes
bacias:
» Rio Cubatão
» Rio Grande de Ubatuba
» Rio Santo Antônio em
Caraguatatuba
» Rio Paraitinga-Salesópolis
» Ribeirão do Pinhal-em
Lagoinha
» Rio Quilombo em Santos
A localização desta rede automática
corresponde aos postos fluviométricos convencionais
(isto é, operados por observadores) da ANA. Desta
forma, procura-se aproveitar as séries históricas
em estudos de tendências e na calibração
de modelos, aproveitando as curvas chaves para a determinação
da vazão.
A importância da ampliação da rede
hidrológica ao litoral norte deve-se às
características geomorfológicas distintas
dos compartimentos serranos naquela região, que
condicionam situações meteorológicas
particulares. As bacias ali presentes são relativamente
pequenas e com encostas de amplitude elevada e altas
declividades naturais, pouco afastadas ou próximas
à linha costeira. Nessas bacias, ocorrem processos
enérgicos de movimentos de massa e enchentes
violentas nos cursos d´água associados.
O relevo acentuado determina que as bacias do litoral
norte tenham baixo tempo de concentração
e alto potencial erosivo. O conjunto de dados obtidos
das estações hidrológicas permitirá
a calibração do modelo hidrológico
TOPOG para as bacias monitoradas, bem como desenvolver
estratégias de regionalização de
parâmetros para aquelas bacias sem observações.
Por outro lado, as informações monitoradas
em tempo real permitem utilizar mecanismos de auto-correção
de modelo de previsão de cheias.
As informações darão apoio às
pesquisas de previsão hidrológica de enchentes
que consta do subprojeto SP.2 de “Acoplamento
de um modelo atmosférico a um modelo hidrológico”.
A Figura 4 mostra a ampliação da rede
de observações existentes com as novas
Estações propostas.
Parâmetros
a serem monitorados |
Instrumentos
previstos |
Quantidade |
Pressões de água que ocorrem nos diferentes substratos existentes ao longo da profundidade e em diferentes posições distribuídas espacialmente na encosta. | Piezômetros elétricos do tipo corda vibrante | 9 |
Pressões de sucção nas camadas de solo mais superficiais. | Tensiômetros | 10 |
Deslocamentos que ocorrem ao longo da profundidade nos vários substratos da encosta. | Inclinômetro
com dez sensores fixos |
1 |
Inclinômetro com sensor removível de propriedade do IPT | 1 |
|
Precipitações pluviométricas, quantidade e intensidade. | Pluviômetro | 1 |
Para
a instalação desta instrumentação,
com exceção do pluviômetro, será
necessária a execução de sondagens
cujas características básicas são
as seguintes:
» Sondagens mistas: 6 (seis)
furos com profundidades variáveis de até
50 m cada, com execução de ensaios de
infiltração e perda d’água.
Em 4 (quatro) sondagens serão instalados os 8
(oito) piezômetros, 2 (dois) em cada furo, e nas
outras 2 (duas) os 2 (dois) inclinômetros. Ressalta-se
que um piezômetro permanecerá no Campus
do IPT objetivando testes de laboratório controlados,
de longo prazo, para avaliação de desempenho
do seu princípio de funcionamento, concomitantemente
à aplicação no campo.
» Sondagens a trado: 10 (vinte)
furos com profundidades variáveis de 1,5 m a
6,0 m destinados à instalação dos
10 (vinte) tensiômetros previstos.
O inclinômetro removível é de propriedade
do IPT e será disponibilizado para a execução
de leituras em complementação às
leituras contínuas fornecidas pelo inclinômetro
fixo. As suas leituras serão realizadas por técnicos
em visita à área escolhida, com freqüência
mensal, o que permitirá um melhor conhecimento
dos deslocamentos que ocorrem ao longo de uma seção
na encosta. Além disso, estes técnicos
realizarão inspeção visual dos
locais instrumentados e dos vários dispositivos
instalados.
Toda a instrumentação elétrica
e fixa será controlada remotamente através
de um sistema de monitoramento contínuo constituído
pelos seguintes componentes:
» Estação de Campo
constituída por módulos de transmissão
via rádio ou telefonia celular, baterias, painéis
solar, módulos de condicionamento de sinais da
instrumentação, software de gerenciamento
das leituras dos sensores e torre para acoplamento.
» Estação Retransmissora
localizada em Cubatão, no caso de transmissão
via rádio, cuja função será
a recepção de sinais enviados pela Estação
de Campo e retransmissão via telefone fixo para
a Estação Base localizada na Sede do IPT
e vice-versa.
» Estação Base
localizada na Sede do IPT que será constituída
por dispositivos de comunicação com a
Estação Retransmissora, através
de linha telefônica. Contará com software
para a interface de comunicação, já
disponível e que deverá ser adaptado ao
presente caso.
A Figura 5, a seguir, ilustra a situação
prevista para o campo.
A forma de comunicação da estação de campo e da estação base será definida em conjunto com técnicos do INPE, de acordo com as condições existentes no local escolhido para a monitoramento, conforme pode ser visto esquematicamente na Figura 6.