TEMAS |
CARACTERÍSTICAS |
Geologia | História
da evolução Geológica. Grau de coesão da rocha. |
Geomorfologia | Amplitude
altimétrica. Grau de dissecação. Declividade. |
Pedologia | Maturidade do solo. |
Fitogeografia | Densidade da cobertura vegetal. |
6.2.1 Estratégia de Desenvolvimento
e Implantação do Sistema
O sistema a ser desenvolvido neste projeto (ilustrado
na Figura 3) automaticamente cruzará informações
de previsão de chuvas (chuvas que poderão
acontecer) e informações de chuvas observadas
(observações baseadas: (i) na rede automática
de observações meteorológicas a
ser implantada pelo subprojeto “Impacto das Informações
de Estações Telemétricas de coleta
de dados hidrometeorológicos na previsão
numérica para a Serra do Mar”; e, (ii)
na rede de radares meteorológicos e no acompanhamento
de imagens de satélites meteorológicos)
com informações sobre áreas de
risco de deslizamento em encostas. A análise
será inicialmente centrada em cenários
previamente reconhecidos e com risco a alguma das intervenções
existentes na Serra do Mar, quais sejam áreas
de risco associado a núcleos habitacionais, trechos
críticos de dutovias, bacias com captações
da Sabesp em risco de processos de corrida de blocos,
trechos críticos de rodovias. Estes cenários
são provenientes da grande experiência
do IPT com acidentes nessa região. Gradativamente,
o sistema agregará os mapeamentos de áreas
de risco provenientes da análise de paisagens
a partir de sensoriamento remoto.
Este cruzamento de informações identificará
automaticamente potenciais áreas em risco. O
sistema conterá várias outras camadas
de informação: rede de estradas, bacia
hidrográfica (rios, lagos, represas), municípios
e áreas urbanas, mapa de vegetação
e de usos da terra, mapa geomorfológico, imagens
de satélites Landsat e, para algumas áreas
críticas, imagens de satélites de altíssima
resolução (e.g., Ikonos) e/ou fotografias
aéreas, linhas de transmissão, oleodutos,
gasodutos e aquedutos. Este sistema também permitirá
inferências sobre riscos de interrupção
de tráfego em rodovias por inundações.
O monitoramento hidrológico diário realizado
pela ANA para os rios será importante para a
inferência das cotas dos rios e para avaliar os
riscos de inundações. As bases de dados
municipais do IBGE permitirão imediatamente se
dispor de estatísticas básicas sobre os
municípios sob risco potencial (população
urbana e rural, índices econômicos e sociais,
etc.) de modo a poder atribuir, ainda que de modo subjetivo,
os riscos potenciais às populações.
Dados TM do Landsat permitirão identificar precisamente
as feições relacionadas a riscos (cicatrizes,
alguma forma de relevo ou de cobertura, etc.).
A implementação operacional de tal sistema
poderá ocorrer tanto em órgãos
operacionais de meteorologia, como também em
órgãos de Defesa civil ou de proteção
ambiental. Antes que alertas finais e confiáveis
sejam emitidos e sirvam de apoio a sistemas de decisão
em órgãos de Defesa Civil ou Proteção
Ambiental, técnicos bem treinados farão
uma análise final das áreas indicadas
como sob potencial risco, corrigindo informações
hidrometeorológicas inverossímeis. O sistema
estará sendo alimentado continuamente pelo fluxo
de informações hidrometeorológicas.
Previsões numéricas de tempo alimentarão
o sistema duas vezes ao dia. Porém, há
observações com freqüência
temporal muito maior. Por exemplo, informações
de chuvas estimadas a partir de satélites meteorológicos
(http://sigma.cptec.inpe.br/prec_sat/)
a cada 30 minutos ou por radar meteorológico
a cada 15 ou 30 minutos, produto este em desenvolvimento.
Hoje, a região de estudo encontra-se dentro da
região de cobertura de três radares meteorológicos:
Salesopólis, no topo da Serra do Mar (operado
pelo CTH-USP), São Roque (operado pelo Comando
da Aeronáutica, Ministério da Defesa)
e São José dos Campos (operado pela Univap
e Tectelcom). O CPTEC-INPE desenvolve, juntamente com
Ministério da Defesa, SIPAM, INMET, UNESP e USP
um sistema para integrar as informações
de radares meteorológicos em escala nacional,
o que garantirá, no mínimo, acesso às
informações do radar meteorológico
de São Roque. Deve-se levar em conta que a posição
dos radares meteorológico existentes provavelmente
não permitirá a detecção
de sistemas precipitantes de pequena dimensão
vertical ocorrendo nas vertentes da Serra do Mar (por
exemplo, chuvas provocadas pela elevação
mecânica de umidade). Este tipo de precipitação
igualmente não é bem detectada por sensores
a bordo de satélites. Ainda que, por si só,
não causem escorregamentos, elas são importantes
para se estimar a quantidade de água no solo.
Portanto, torna-se imprescindível, em alguma
medida, dispor-se de um sistema in situ para medições
pluviométricas, como previsto no Subprojeto 6.
O sistema identificará automaticamente quando
um certo limiar de risco é excedido (por exemplo,
quanto a risco de deslizamento de encostas, com base
em estudos do IPT, os seguintes valores de precipitação
acumulada em 72 horas são correntemente utilizados:
normal, até 79 mm; atenção, entre
80 e 119 mm; e, alerta, acima de 120 mm) e disponibilizado
diretamente para os órgãos de Defesa Civil
ou Proteção Ambiental Nacional, Estaduais
e Municipais e comunidade científica. De posse
das previsões meteorológicas e com o mapeamento
das áreas de risco será possível
identificar as sob maior risco de escorregamento em
encostas e rolamento de rochas e os órgãos
responsáveis poderão atuar preventivamente.
O INPE já dispõe de toda a base de dados
de municípios brasileiros do IBGE no sistema
de informações geográficas “Spring”,
o qual será utilizado neste projeto. Todas as
informações hidrometeorológicas
serão georreferenciadas e colocadas na mesma
base de dados. Este subprojeto irá aprofundar
metodologias em várias áreas. Em primeiro
lugar, haverá um refinamento de indicadores de
risco para áreas previamente identificadas como
críticas quanto a deslizamentos em encostas.
Além de identificá-las no SIG Spring,
buscar-se-á refinar os indicadores de totais
de chuvas causadores potenciais de deslizamentos para
tais áreas através de uma análise
detalhada da geomorfologia e geodinâmica. Com
isso, estarão sendo construídas as bases
para uma posterior modelagem geodinâmica de deslizamento
em encostas. Por último, os mapeamentos in situ
de áreas de risco de escorregamento realizado
pelo IPT serão utilizados para validar as metodologias
de inferência de tais áreas de risco a
partir de informações de sensoriamento
remoto. Uma vez que tais métodos estejam devidamente
validados, podem ser amplamente utilizados em áreas
que carecem de levantamentos in situ.
A implantação do sistema deste sub-projeto
seguirá a seguinte estratégia: o primeiro
ano será dedicado a coletar e organizar todas
as bases de dados necessárias ao desenvolvimento
do sistema e também ao desenvolvimento da ferramenta
de software básica com base no SIG Spring, do
INPE. No primeiro semestre do segundo ano, as bases
de dados serão integradas ao software. Já
no segundo semestre do segundo ano, o sistema integrado
será implementado operacionalmente no CPTEC-INPE
e no IPT. O terceiro ano será dedicado a validar
o sistema através de testes de sua funcionalidade,
eficácia e eficiência e aperfeiçoamentos
que se fizerem necessários.
Uma vez implementado, este Subprojeto poderá
fornecer informações relevantes ao de
estudo de outros temas principalmente os “Processos
Geodinâmicos” e “Gerenciamento de
Riscos”.